JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – Um ataque em uma escola pública de ensino médio na cidade de Graz, na Áustria, deixou ao menos dez mortos na manhã desta terça-feira (10). O atirador se matou em seguida. A prefeita da cidade, Elke Kahr, declarou à agência APA que ele tinha sido um aluno da instituição, atirou em colegas e professores e depois cometeu suicídio. “Uma terrível tragédia.”
Inicialmente, a polícia relatou nove mortos pelo agressor, e uma vítima morreu no hospital, segundo a mídia austríaca. Há dezenas de feridos, alguns em estado grave. Os hospitais da região estão lotados, com ao menos 12 internações relacionadas ao episódio confirmadas. De acordo com a imprensa local, este é provavelmente o pior ataque do gênero já ocorrido no país europeu.
Mais de 300 policiais foram chamados após disparos serem ouvidos por volta das 10h locais (5h de Brasília) na escola frequentada por alunos acima de 14 anos. Policiais e ambulâncias chegaram em minutos, e as autoridades isolaram a instituição. Parentes das vítimas e estudantes receberam assistência, segundo as autoridades.
Em entrevista coletiva horas após o ataque, a polícia e o ministro do Interior, Gerhard Karner, confirmaram que o atirador tinha 21 anos, havia estudado na instituição e cometeu suicídio. O nome não foi divulgado. O governo austríaco decretou três dias de luto oficial, e eventos públicos no estado da Estíria, do qual Graz é a capital, foram cancelados.
Ele teria usado uma pistola e uma espingarda, armas regulares que seriam de sua propriedade. A polícia esvaziou o local e informou que, até aqui, trabalha com a hipótese de uma única pessoa envolvida no ataque. Ele não era conhecido das autoridades.
O jornal austríaco Kronen-Zeitung afirmou que a polícia encontrou uma carta de despedida do atirador durante uma busca em sua casa. O jornal, no entanto, não revelou o conteúdo da nota, e a polícia não comentou.
Vídeos publicados em redes sociais mostram pessoas em sala de aula ouvindo tiros e alunos sendo conduzidos para fora do prédio da escola. Um canal foi aberto para coletar o material e dois centros de informação foram montados para recepcionar alunos, pais e responsáveis.
A Borg (designação para escolas públicas de ensino médio na Áustria) de Dreierschützengasse, próxima à estação de trem de Graz, reúne cerca de 400 estudantes a partir dos 14 anos.
O primeiro-ministro da Áustria, Christian Stocker, foi à cidade, junto com o ministro do Interior. Em postagem, Stocker declarou que “o massacre em uma escola em Graz é uma tragédia nacional, que abala profundamente todo o nosso país. É uma hora sombria”.
Vários líderes europeus demonstraram solidariedade, como Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, Roberta Metsola, do Parlamento Europeu, e Giorgia Meloni, premiê italiana. O governo brasileiro, em nota publicada pelo Itamaraty, expressou “solidariedade às famílias das vítimas, ao povo e ao governo da República da Áustria”.
Há dez anos, também em Graz, a segunda maior cidade da Áustria, um homem de 26 anos conduziu um carro contra uma multidão, matou três pessoas e feriu dezenas. Ele foi condenado à prisão perpétua e se matou na prisão, em 2023. Não há evidências de que os casos estejam relacionados.